Previdência Privada: os cuidados necessários para não cair em armadilhas
Manter o mesmo padrão de vida após a aposentadoria é o sonho da maioria das pessoas, contudo, poucos são os que realmente se preparam para esse momento.
Existem dois pontos que são muito importantes nesse sentido: o primeiro deles é que as pessoas que esperam depender apenas da Previdência Social no futuro podem ter sérios problemas. O segundo é a opção por um plano de Previdência Privada também requer muita cautela, pois, caso contrário, o investidor pode acabar em uma cilada.
Como o teto da Previdência social para os trabalhadores da iniciativa privada não ultrapassa os R$ 5.600, quem recebe um salário maior que esse valor precisará se acostumar com a diminuição da renda durante a inatividade.
Além disso, o rombo da Previdência e as indecisões sobre uma possível reforma deixam o futuro daqueles que dependem desse benefício um tanto quanto incerto. Logo, não há como negar o fato de que possuir um plano de Previdência complementar é essencial, mas alguns cuidados devem ser tomados no momento da escolha.
Corra de quem cobra altas taxas de administração
As instituições financeiras cobram uma taxa de administração para gerir planos de Previdência Privada. O problema é que, caso a taxa seja muito alta, o rendimento poderá ser comprometido, principalmente no longo prazo.
Caso a taxa de administração seja de 3% ao ano, com o passar do tempo grande parte da rentabilidade será corroída, mesmo que o gestor do fundo faça apenas boas escolhas. Nesse sentido, o valor que o investidor resgatará será bem menor do que o imaginado.
É por esse motivo que se recomenda que o investidor pesquise a instituição financeira que lhe garanta uma taxa de administração justa. Uma dica importante é pesquisar as instituições independentes, pois nelas é possível encontrar planos com taxas a partir de 0,7% ao ano. Já os grandes bancos costumam cobrar taxas bem maiores.
Assim, o ideal é abrir uma conta em uma corretora de valores de plataforma aberta e escolher dentre os planos disponíveis aquele que melhor atende o perfil do investidor – e claro, com uma taxa de administração mais baixa.
Taxa de carregamento? Jamais!
A taxa de carregamento nada mais é que um valor que é descontado das contribuições feitas aos planos de Previdência.
A cobrança pode ocorrer tanto no momento em que é feito o investimento quanto no momento de sua retirada, e costuma oscilar entre 1% a 5% de acordo com a instituição escolhida. Nesse sentido, uma pessoa que deposita R$ 100 mil em uma instituição que cobra taxa de carregamento acaba perdendo, de qualquer jeito, entre R$ 1 mil e R$ 5 mil.
É por esse motivo que o investidor deve pesquisar e fugir dos planos e instituições que cobram a taxa de carregamento, pois isso pode gerar um grande impacto no acúmulo de capital.
Novamente, vale destacar que as corretoras de valores costumam possuir produtos de Previdência Privada que não possuem a taxa de carregamento. Os grandes bancos, por sua vez, comumente incluem essa taxa em seus planos.
Atenção ao regime de tributação
Um dos detalhes que precisam ser escolhidos pelo investidor no momento da contratação de um plano de Previdência Privada é o regime de tributação. Isso acontece porque há incidência do Imposto de Renda sobre o dinheiro que é investido.
Existem duas possibilidades para o investidor, são elas:
- Tabela progressiva: a alíquota do IR acompanha as mesmas regras que são aplicadas aos salários e sobe de acordo com o valor que o investidor irá receber do plano;
- Tabela regressiva: possui o objetivo de estimular as aplicações de longo prazo, pois a alíquota diminui com o passar do tempo e o cálculo leva em consideração a data de cada contribuição ou aporte.
Confira como é a tabela regressiva:
Período de aportes | Alíquota do IR |
Até 2 anos | 35% |
De 2 a 4 anos | 30% |
De 4 a 6 anos | 25% |
De 6 a 8 anos | 20% |
De 8 a 10 anos | 15% |
Mais de 10 anos | 10% |
Assim, quem opta pela tabela regressiva, caso faça o resgate em até dois anos (o que é altamente desaconselhável) paga um imposto bastante alto. Já aqueles que desejam fazer aportes por mais de 10 anos pagam uma quantidade de imposto bem menor.
A diferença entre PGBL e VGBL
Outro ponto que envolve a contratação da Previdência complementar é a escolha do tipo de plano. Existem dois tipos: o PGBL (Plano Gerador de Benefício Livre) e o VGBL (Vida Gerador de Benefício Livre). A principal diferença entre eles são os benefícios fiscais.
A escolha pelo PGBL permite que o investidor deduza até 12% da renda tributável ao ano base de cálculo do Imposto de Renda. Na prática, isso significa que o investidor irá pagar menos IR, pois poderá deixar o seu dinheiro render e só fazer o acerto com o Leão no futuro. No entanto, esse benefício só é concedido para os contribuintes que optam pela declaração completa do IR.
O VGBL, por sua vez, não possui nenhuma vantagem quanto a dedução durante a fase de acumulação, isto é, o momento em que ainda se está aplicando no plano. Contudo, há esse benefício no momento do resgate, pois no VGBL o IR incide apenas sobre os rendimentos que foram obtidos com a aplicação e não sobre o valor total acumulado, como é o caso do PGBL.
Considerações finais
Algo que vale destacar é que o investimento em previdência complementar deve se iniciar o quanto antes. Dessa forma, será possível juntar um volume maior de dinheiro com um menor esforço da parte do investidor, que pode garantir uma renda compatível com o seu padrão de vida atual no futuro.
Importante: alguns anos a mais de investimento são capazes de promover uma grande diferença no valor total do benefício.
Fonte: www.euqueroinvestir.com